O uso de insetos transgênicos para o controle de pragas

Quando é dito que a biotecnologia sempre pode dar um novo passo, é a mais pura verdade. E o uso de insetos transgênicos é um dos exemplos disso.

Os estudos foram feitos pela Oxitec, uma empresa que surgiu dos laboratórios da Universidade Oxford e que foi a responsável por criar uma espécie variada do mosquito Aedes aegypti, com o intuito de criar mosquitos machos que transmitissem para as fêmeas uma herança genética que impedia que os filhotes sobrevivessem.

Insetos transgênicos: estudos e testes

Esse é um assunto que já vem sendo estudado há um certo tempo. No ano de 2015 já se discutia e eram realizados testes e estudos sobre os insetos geneticamente modificados.

Nos Estados Unidos, por exemplo, ano após anos as plantações são afetadas por um inseto conhecido como traças-das-crucíferas, um dos maiores vilões das culturas de repolhos.
A fim de fazer o controle dessas pragas, o que os agricultores fazem é aplicar uma variedade de substâncias químicas para reduzir a incidência desses insetos. Mas com a pragas estão conseguindo se adaptar facilmente aos produtos químicos, fica cada vez mais difícil combatê-las.

Enquanto isso, estudos eram feitos num laboratório universitário nos Estados Unidos. Experimentos eram realizados na Estação de Experimentos Agrícolas da Universidade Cornell, sob a supervisão do entomologista Anthony Shelton. De acordo com Shelton, o objetivo era ajudar a reduzir o uso de pesticidas nas culturas.

 

Mas em que consistiam esses experimentos?

Os pesquisadores agora fariam uso do acasalamento para reduzir essas traças nas plantações. Para isso, diversas traças foram geneticamente modificadas, incluindo nos machos um DNA que, no acasalamento, enviada as fêmeas um gene que fazia as larvas morrerem. Ali eram dados os primeiros passos rumo a solução de um dos maiores problemas no setor nos últimos tempos.

O atual estudo e os resultados obtidos após os testes
Voltando a falar especificamente sobre a traça Plutella xylostella e os estudos atuais. Ela, que é uma piores pragas do mundo, possui maior incidência em locais muito quentes, como é o caso do Brasil, o sul dos Estados Unidos, Espanha, etc. E para combater essas pragas os pesquisadores desenvolveram um inseto macho modificado que, ao acasalar com a fêmea, evita que ela se reproduza.

Chamada de “traça OX4318L”, ela leva em sua composição genes de outros organismos vivos que fazem com que eles se tornem potenciais “bombas” para as fêmeas no que diz respeito a reprodução. Assim, a descendência dessa praga morre no campo sem causar danos a plantação e nem aos que ali estão.
A equipe responsável pelo estudo, liderada também pelo entomologista Anthony (Tony) Shelton, da Universidade Cornell nos Estados Unidos, juntamente com pesquisadores da Oxitec, liberou alguns dos insetos transgênicos numa plantação de repolho isolada em Geneva, Nova York.

“Estudos prévios feitos em estufas demonstraram que as traças transgênicas reduzem drasticamente essa praga em apenas duas gerações (aproximadamente um mês)”, explica Tony Shelton, o entomologista da Universidade Cornell nos Estados Unidos.

Os resultados dos testes foram publicados na revista Frontiers in Bioengineering and Biotechnology. Ali eles descrevem que os insetos modificados geneticamente (insetos machos) tem o mesmo comportamento que os insetos normais. Desse modo, o acasalamento ocorre normalmente.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *